2015/08/07

RIO TEJO - A POLUIÇÃO QUE O DESTRÓI E A INDIGNAÇÃO E ACÇÃO CÍVICA PARA O SALVAR

Nos últimos tempos, a situação do rio Tejo começou, enfim, a ser falada pelos grandes órgãos de comunicação social, depois de muitas evidências, através de fotos, vídeos e denúncias, sobretudo de populações ribeirinhas e membros de organizações ecologistas.

Por outro lado, alguns jornais e rádios locais vinham já, também, dando notícia das situações localizadas que, uma após outra, surgiam perante os olhares de quem quer que estivesse junto ao rio, sobretudo desde Vila Velha de Ródão, onde a grave poluição é gritante e promete aumentar, dado que uma nova fábrica para pasta de papel foi autorizada para aquela zona.

As descargas de materiais poluentes no Tejo são feitas nos seus afluentes ou em ribeiras que a eles conduzem ou, então, directamente, no próprio Rejo. Além da zona de Vila Velha de Ródão e outras, onde a descarga directa é o normal, há afluentes que são mártires, há anos: Almonda, Alviela, Maior. O levantamento não foi ainda feito pelos ecologistas noutros afluentes, mas não custa acreditar que iguais práticas ocorram ao longo de toda a bacia hidrográfica do Tejo, em Portugal, já que quanto a Espanha, diversos relatos e evidências são constantemente notícia.

Quem polui? Resposta simples, se falarmos em áreas de actividade - as unidades industriais, as suiniculturas, a agricultura. Também as descargas de efluentes não tratados, vindos de esgotos urbanos - há inclusive algumas ETAR que não estão a funcionar ou então funcionam cumprindo só parte da sua função. Ora, como os ecologistas sempre têm dito, e não se cansam de o repetir, o mal não está em haver unidades industriais, suiniculturas, fábricas de tomate, aviários, em haver agricultura, esgotos urbanos... Tudo isso é essencial! O mal está em não serem respeitadas as leis e os processos de fabrico, de exploração e de manutenção e controlo de funcionamento que essas actividades rigorosamente devem seguir e que, tem de lembrar-se, implicam, logo na fase de concepção e autorização, a consideração prévia dos aspectos relacionados com a defesa do ambiente, em todas as vertentes.

Não nos faltam leis sobre estas matérias, inclusive as que, vindas da União Europeia, passam a ser-nos aplicadas. O que falta é vontade política para as aplicar: antes de as unidades de todo o tipo estarem a funcionar e depois quando, em funcionamento, de modo evidente, provado, as não cumprem. Qual a razão para que assim aconteça?  Não se tratará somente de falta de vontade política. Algo mais tem sido apontado, como: promiscuidade, favorecimento, encobrimento de gente poderosa. Ora, desde o governo, aos órgãos de administração pública, às autarquias e polícias, há muita gente que não faz o seu papel. Entretanto, rios e solos degradam-se a olhos vistos. Estamos perante crimes ambientais permanentes, sem controlo e punição, prejudicando seriamente a saúde dos ecossistemas e o bem-estar das populações. É a vida que está a ser atacada. Todos os dias, de modo cada vez mais agressivo. As consequências são imprevisíveis.

É preciso enfrentarmos este grande problema. É o que continuamos a fazer, sem partidarismos políticos, com outras organizações ecologistas e a adesão, fundamental, dos Vale-Santarenos e muitos outros.

Deixamos os links para reportagens que saíram no jornal VALOR LOCAL, da região de Azambuja, que tem vindo a dedicar muita atenção ao assunto.

POLUIÇÃO NO RIO TEJO – UMA MORTE, TAMBÉM, PARA OS QUE VIVEM DA PESCA – reportagem no jornal Valor Local - Azambuja



ESTÁ NA HORA DE SALVAR O TEJO.
Câmaras, ecologistas e avieiros falam a uma só voz. – reportagem do jornal Valor Local - Azambuja

http://valorlocal.weebly.com/estaacute-na-hora-de-salvar-o-tejo.html

COORDENAÇÃO DO MOVIMENTO ECOLOGISTA DO VALE DE SANTARÉM
Alfredo Lobato-Carlos Jorge Calheiros - Carlos Vieira - Francisco Nascimento - Manuel João Sá - Nuno Pisco - Pedro Adriano - Virgílio Pereira.

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