O Vale de Santarém, em tempos “pátria de rouxinóis e de
madressilvas”, no dizer de Almeida Garrett, que projectou para o futuro uma imagem
que os Vale-Santarenos gostariam de manter, tem como todas as terras, nos
nossos dias, problemas diversos, entre os quais os da poluição dos seus cursos
de água, a contaminação dos solos, a degradação das zonas arborizadas.
No nosso caso, o maior problema reside no rio Maior/Vala Real,
que há anos sofre constante e progressiva poluição, não só nos limites da freguesia
mas também a montante. Pessoas e organizações de diversas localidades ao longo
do rio têm vindo a tomar posição pública, dado que o rio se transformou num
esgoto a céu aberto, mais ainda nos períodos do ano em que não chove, com
manifesto prejuízo para a saúde pública: águas impróprias usadas em regas, os
maus cheiros surgem, os peixes desaparecem ou morrem, a utilização das águas e
das margens do rio como espaços de recreio e de lazer é uma miragem.
Existem muitos esgotos dirigidos para os afluentes do rio
Maior. No Vale, o ribeiro histórico que atravessa a nossa terra e que deveria
merecer a maior atenção de todos, também deita poluentes no rio Maior, contribuindo
assim para o estado lastimável em que este se encontra, que não é novidade para
muitos, porém pouco tem sido referido e as autoridades nada têm feito: há valas
de suinicultoras e de indústrias canalizadas para o rio, há estações de
tratamento inoperacionais ou desligadas.
Além dessas, outras preocupações merecem atenção no nosso
Vale de Santarém, entre as quais a preservação e manutenção de autênticos
monumentos históricos da nossa terra: o Pombal, o Pinheiro das Areias e as
Fontes – das Três Bicas e de Uma Bica – e da nascente que as alimenta.
Todos estes motivos requerem acção de cidadania consciente, continuada
e persistente, através de valores e práticas ecologistas, que sirvam os
interesses comuns dos habitantes do nosso Vale, pela defesa dos cursos de água,
por uma vida saudável, pela preservação dos nossos espaços históricos e a
valorização da nossa terra.
Foi com este sentido que se criou recentemente o MOVIMENTO
ECOLOGISTA – VALE DE SANTARÉM, resultado do encontro de opiniões de grupos de
habitantes e de dirigentes das nossas colectividades, todos eles concordantes
na necessidade de juntar vontades e organizar acções para defender princípios e
objectivos ecologistas na nossa terra.
O MOVIMENTO ECOLOGISTA – VALE DE SANTARÉM é independente,
apartidário e assume princípios e valores de respeito perante todas as
organizações, colectividades e pessoas da nossa terra, intervindo nos domínios
ecologistas que justificam a sua criação, e para os quais solicita a atenção dos
Vale-Santarenos, visando o seu bem comum.
O MOVIMENTO ECOLOGISTA – VALE DE SANTARÉM orientar-se-á por
uma prática transparente e de relação franca e aberta com todas as pessoas e
organizações, e divulgará as iniciativas e posições que, norteadas pelos
princípios aqui expressos, decidir realizar, com a participação dos
Vale-Santarenos e outros.
A apresentação do MOVIMENTO ECOLOGISTA – VALE DE SANTARÉM,
realizado por esta via para conhecimento de todos os habitantes da vila, é
subscrito por alguns dos participantes nas reuniões que estiveram na sua génese.
Em 5 de Setembro de 2013
SUBSCRITORES
António João - António José Baeta - Carlos "Spínola" - Carlos Vieira - Dário Vieira - Jorge Costa - José Carlos Lipampos - Luís Caniço - Luís Fandinga - Mário Oliveira - Manuel Azenha - Manuel João Sá - Manuel Martins - Manuel Reinaldo Ribeiro - Maria Fragoso - Mário Lima - Paulo Azenha - Rita Fernandes.
A reunião que decidiu a criação do Movimento realizou-se na sede do Clube de Amadores de Pesca do Vale de Santarém, em 30 de Agosto de 2013.
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