A situação de mau cheiro que encontrámos foi bem perto da ponte do Vale. Cheiro a dejectos humanos ou de porco. Ao longo de todo o percurso não encontrámos situação semelhante, mas sim uma grande diversidade de objectos de grande porte lançados ao rio, restando saber se lançados na zona onde se encontravam ou se teriam vindo na corrente. Exemplos: mobílias, pneus, frigoríficos, partes de automóveis (como para-choques) e roupas, além de enorme quantidade de objectos de plástico, de diversas dimensões, como garrafões, bidões e garrafas e também materiais vindos das culturas próximas - plástico preto e tubos de rega.
Outra particularidade foi a grande quantidade de salgueiros em pleno leito do rio, alguns de grande porte já, dificultando a navegação. Muitos destes salgueiros são a extensão dos que, estando no cômoro, caíram ao rio, porque o seu caule está carcomido, no cômoro. É bem visível que há muitos anos não há limpeza no cômoro, daí que muitos salgueiros de grande porte, mais inclinados para o rio, provavelmente por acção das cheias, não aguentem e se precipitem nas águas, continuando aí a sua vida.
Outra coisa negativa que encontrámos foi uma mancha enorme de jacintos numa parte específica do percurso da vala, entre a ponte do Ferreira e a ponte de Santana, de tal modo que tivemos de retirar o barco e reiniciar a viagem mais a jusante.
Situação preocupante que encontrámos, do ponto de vista da segurança, foi a da ponte do Ferreira que, num dos seus apoios, mostra desgaste, estando quebradas as pedras de apoio. Decerto precisará de ser analisada esta situação pelas autoridades competentes, de modo a decidir que fazer.
A finalizar, sendo a descida realizada numa altura do ano em que o caudal é maior e, assim, as águas estão menos poluídas, foi possível detectar peixe em movimento, o que já não acontecerá a partir de Junho e durante largos meses, devido ao menor caudal e maior concentração de materiais de poluição, com origem nas suinicultoras e fábricas que não cumprem as regras, assim como as ETAR, como a de Santarém, que tem sido vista como responsável pelas descargas para a ribeira que vem da zona da povoação do Peso: o peixe desaparece, rio abaixo, para não morrer.
Desta viagem fizemos um filme, cuja 1ª parte mostramos em
https://www.youtube.com/watch?v=R6E5NUJHIqI
As duas partes restantes são publicadas em breve.
Até ao fim do ano realizaremos outras acções relacionadas com o rio Maior-vala de Azambuja, de que daremos notícia, algumas das quais são dirigidas à população do Vale de Santarém e a quem quiser participar.
A Coordenação do Movimento Ecologista do Vale de Santarém
Carlos Vieira - Francisco Nascimento Ferreira - José Luís Ramos - Manuel João Sá.
Descida do rio Maior/vala de Azambuja, pelo Movimento Ecologista do Vale de Santarém - 29 Março 2014. Carlos Vieira e Mário de Oliveira, quando tentavam pôr o motor a trabalhar... sem êxito. |
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